Reflexões Iniciais Sobre Educação e Tecnologia
Após
uma palestra para alunas do curso de formação de professores (normal, nível
médio), comecei a refletir sobre qual será a percepção que terão do ambiente
escolar quando estiverem entrando no mercado de trabalho.
A
velocidade com que as informações são transferidas nos meios de comunicação se
difere grandemente da prática do ambiente escolar.
Por
mais que esteja se modificando, a escola não acompanha (e nem deve acompanhar)
o formato de transmissão de conhecimento observado nas emissoras de TV e nos
sites de relacionamento que estão na moda. Programas de TV muito atrativos e
divertidos e sites de relacionamento dinâmicos e com possibilidades de postar
fotos e vídeos e interagir com respostas curtas e rápidas – com apenas um
clique poder dizer que gostou da mensagem (“curti”).
Fico
tentando me imaginar numa carteira de sala de aula e poder refletir sobre esses
dois mundos: Um dinâmico e divertido, porém com pouco conteúdo e de baixa
qualidade e outro lento e monótono com muito conteúdo a ser aprendido e de
grande importância.
Pelo
menos é assim que percebemos, pois são os comentários que ouvimos e fazemos na
sala de professores, nos conselhos de classe, em encontros pedagógicos ou numa
roda de bate-papo.
Essa
percepção é realmente a expressão da realidade educacional atual? Alunos e
professores estão sujeitos as mesmas influencias dos meios de comunicação, por
que então, estaríamos tão distantes se vivemos no mesmo espaço e ao mesmo
tempo?
Juan
Ignacio Pozo faz referência a sistemas de aprendizagem informal como
consequência de uma tendência natural da sociedade a uma “nova cultura da
aprendizagem” exigindo que as pessoas aprendam cada vez mais coisas, mas que
aprendam de outra maneira.
Ao
que parece, entendemos e nos relacionamos com a sociedade de modo harmônico e
prazeroso, porém no momento das relações profissionais regredimos alguns anos e
queremos impor uma outra realidade que não cabe mais no mundo do educando
atual. Ou seja, de algum modo relacionamos o conteúdo da educação formal ao
método como aprendemos e repetimos as mesmas ações. Os métodos de transferir
conhecimento servem para o dia-a-dia das relações mas, aos nossos olhos, não serve
para o conteúdo das disciplinas do ensino regular.
O
autor comenta que a imprensa tornou possível novas formas de ler, e as
tecnologias da informação estão criando novas formas de distribuir socialmente
o conhecimento, criando assim uma nova cultura da aprendizagem que a escola não
deve ignorar.
As
tecnologias tornaram o acesso ao conhecimento e a produção e publicação do
mesmo muito mais horizontalizados, porém discordo do autor quando afirma que o
principal veículo continua sendo a palavra escrita. A linguagem visual e
auditiva tem ocupado um lugar cada vez maior na aprendizagem, até mesmo pela
atual facilidade de acesso aos equipamentos, devido ao menor preço a facilidade
de manuseio.
Creio
que a versatilidade que a tecnologia promove nos meios de expressão do
conhecimento, associada às possibilidades de manipulação e publicação que a
informática e o acesso à rede mundial permitem, impõe a necessidade de
desenvolver novas competências para a gestão do conhecimento.
Precisamos
relacionar cada vez mais o currículo ao cotidiano e utilizar as novas formas de
comunicação para interagir com o educando que encontra nas tecnologias sua
forma mais comum de aprendizagem.
Criar
esse novo perfil no educador exige de mesmo o desejo de transformação e a
utilização de métodos e plataformas que já utilizem as novas ferramentas
tecnológicas como os deste próprio curso.
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