segunda-feira, 10 de dezembro de 2012


Reflexões Iniciais Sobre Educação e Tecnologia

Após uma palestra para alunas do curso de formação de professores (normal, nível médio), comecei a refletir sobre qual será a percepção que terão do ambiente escolar quando estiverem entrando no mercado de trabalho.
A velocidade com que as informações são transferidas nos meios de comunicação se difere grandemente da prática do ambiente escolar.
Por mais que esteja se modificando, a escola não acompanha (e nem deve acompanhar) o formato de transmissão de conhecimento observado nas emissoras de TV e nos sites de relacionamento que estão na moda. Programas de TV muito atrativos e divertidos e sites de relacionamento dinâmicos e com possibilidades de postar fotos e vídeos e interagir com respostas curtas e rápidas – com apenas um clique poder dizer que gostou da mensagem (“curti”).
Fico tentando me imaginar numa carteira de sala de aula e poder refletir sobre esses dois mundos: Um dinâmico e divertido, porém com pouco conteúdo e de baixa qualidade e outro lento e monótono com muito conteúdo a ser aprendido e de grande importância.
Pelo menos é assim que percebemos, pois são os comentários que ouvimos e fazemos na sala de professores, nos conselhos de classe, em encontros pedagógicos ou numa roda de bate-papo.
Essa percepção é realmente a expressão da realidade educacional atual? Alunos e professores estão sujeitos as mesmas influencias dos meios de comunicação, por que então, estaríamos tão distantes se vivemos no mesmo espaço e ao mesmo tempo?
Juan Ignacio Pozo faz referência a sistemas de aprendizagem informal como consequência de uma tendência natural da sociedade a uma “nova cultura da aprendizagem” exigindo que as pessoas aprendam cada vez mais coisas, mas que aprendam de outra maneira.
Ao que parece, entendemos e nos relacionamos com a sociedade de modo harmônico e prazeroso, porém no momento das relações profissionais regredimos alguns anos e queremos impor uma outra realidade que não cabe mais no mundo do educando atual. Ou seja, de algum modo relacionamos o conteúdo da educação formal ao método como aprendemos e repetimos as mesmas ações. Os métodos de transferir conhecimento servem para o dia-a-dia das relações mas, aos nossos olhos, não serve para o conteúdo das disciplinas do ensino regular.
O autor comenta que a imprensa tornou possível novas formas de ler, e as tecnologias da informação estão criando novas formas de distribuir socialmente o conhecimento, criando assim uma nova cultura da aprendizagem que a escola não deve ignorar.
As tecnologias tornaram o acesso ao conhecimento e a produção e publicação do mesmo muito mais horizontalizados, porém discordo do autor quando afirma que o principal veículo continua sendo a palavra escrita. A linguagem visual e auditiva tem ocupado um lugar cada vez maior na aprendizagem, até mesmo pela atual facilidade de acesso aos equipamentos, devido ao menor preço a facilidade de manuseio.
Creio que a versatilidade que a tecnologia promove nos meios de expressão do conhecimento, associada às possibilidades de manipulação e publicação que a informática e o acesso à rede mundial permitem, impõe a necessidade de desenvolver novas competências para a gestão do conhecimento.
Precisamos relacionar cada vez mais o currículo ao cotidiano e utilizar as novas formas de comunicação para interagir com o educando que encontra nas tecnologias sua forma mais comum de aprendizagem.
Criar esse novo perfil no educador exige de mesmo o desejo de transformação e a utilização de métodos e plataformas que já utilizem as novas ferramentas tecnológicas como os deste próprio curso.

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